O Fauvismo (ou Fovismo) é a primeira das
vanguardas europeias, e aconteceu entre o final do século XIX e o início do
século XX, no período pré-guerra. Originou-se na França (com grande presença
entre 1905 e 1907) e teve seu nome originado da expressão “Les Fauves”, que
significa “feras”, dada pelo crítico Louis
Vauxcelles ao visitar uma exposição em 1906, onde uma estátua comum estava
rodeada por obras da vanguarda.
Nas obras fauvistas, nota-se a aplicação
de cores intensas e puras, sem mistura, com a exploração das inúmeras
possibilidades de sua utilização. Ocultando uma preocupação em reproduzir a
realidade, o principal objetivo é dar equilíbrio e pureza às obras produzidas. Vê-se
a presença mais intensa do vermelho, do amarelo, do azul e do laranja.
As formas fauvistas são
simplificadas e, sem a exploração da profundidade, seus quadros eram planos,
com traços nítidos. As obras costumavam mostrar paisagens urbanas ou rurais,
retratos e cenas ao ar livre, evitando temas mais deprimentes e com certa
conotação crítica ou política, elegendo como temática principal a alegria.
É
importante citar que o Fauvismo não foi uma escola com regras ou ações
definidas, representando principalmente uma fase na vida dos artistas
participantes, com organização informal. Teve uma curta duração, porém trouxe
várias inovações ao mundo da arte.
Afirma-se que certos
aspectos, como a estética primitivista e a glorificação dos instintos
(impulsos, paixões), aproximam o Fauvismo francês do Expressionismo alemão,
criado no mesmo ano. Pode-se dizer também que os quadros pós-impressionistas de
Paul Gauguin e Van Gogh influenciaram bastante o movimento.
A crise do Fauvismo começa
em 1907, com o início do Cubismo (marcado pelo quadro Les Demoiselles
d'Avignon, de Pablo Picasso).
O Cubismo apresenta correntes opostas ao Fauvismo, mostrando a decomposição de
planos e a geometrização da forma.
No Brasil, o Fauvismo foi pouco explorado, destacando-se somente Inimá de Paula. Foi mais notável a influência expressionista, como em alguns quadros de Anita
Malfatti (A Estudante Russa, O Japonês)
e em Lasar Segall.
O líder do movimento foi Henri Matisse,
responsável por grandes obras, como A
Dança e A Alegria de Viver. A
primeira apresenta desenho simples e formas simplificadas das dançarinas, e é
considerada a obra mais famosa do pintor.
Na última, foi retratada “a comunhão dos homens com a natureza e o amor”,
sendo mostrada como principal exemplo dos ideais fauvistas.
Outros artistas fauvistas são André Derain (autor
de paisagens de Collioure, juntamente com Matisse), Maurice de Vlaminck (autor de paisagens vibrantes, com a
aplicação da tinta diretamente do tubo sobre a tela), Georges Braque (que mais tarde, juntamente com Picasso, fundaria
o Cubismo), Jean Puy (tendo como tema frequente em suas pinturas o mar),
Raoul Dufy (que, por influência de Matisse, saiu do impressionismo e
tornou-se fauvista) e Georges Rouault (conhecido por pintar prostitutas e
palhaços). Veja abaixo algumas obras desses
artistas:
Fishing Boats, Collioure - André Derain, 1905, óleo sobre tela
Charing Cross Bridge - André Derain, 1906, óleo sobre tela
A Dança - Henri Matisse, 1910, óleo sobre tela
A Alegria de Viver - Henri Matisse, outubro 1905 - março 1906, óleo sobre tela
A Pequena Palmeira - Raoul Dufy, 1907, óleo sobre tela
Mercado de Peixe - Raoul Dufy,1903, óleo sobre tela
Landscape at La Ciotat - Georges Braque, verão de 1907, óleo sobre tela
O Porto de Sauzon - Jean Puy, 1902, óleo sobre tela
Barques vertes à Collioure - Jean Puy, 1913, óleo em cartão
Autumn Landscape - Maurice de Vlaminck, 1905, óleo sobre tela
The River Seine at Chatou - Maurice de Vlaminck, 1906, óleo sobre tela
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