Leonor (ou Eleonora) Fini Tem uma obra intensa e diversificada, sendo mais conhecida por sua pintura surrealista, sendo também cenógrafa, ilustradora, figurinista e autora. Filha de pai argentino e mãe italiana, nasceu na Argentina no dia 30 de agosto de 1907, mas com 1 ano de idade, após o divórcio dos pais, mudou-se com a mãe para Trieste, na Itália. Com 17 anos, passou a viver em Milão, e em 1931-1932, mudou-se para Paris, onde passou a maior parte de sua vida. Foi na capital francesa que ela entrou em contato com as ideais surrealistas, que influenciaram sua pintura.
Era autodidata (cresceu explorando a biblioteca do tio, onde descobriu artistas como Gustav Klimt) e não tinha nenhum treinamento artístico “formal”. Era habilidosa com o desenho, a aquarela e a pintura a óleo.
Leonor foi uma ávida frequentadora da vida boêmia francesa, e em decorrência disso, pintou retratos de várias celebridades e ricos de Paris, como Jean Genet, cujo livro ela também ilustrou. Tinha em sua lista de amigos , Paul Éluard, Max Ernst, Georges Bataille, Henri Cartier-Bresson, Picasso, André Pieyre de Mandiargues, e Salvador Dalí
Casou-se uma vez, com Fedrico Veneziani. Depois de pouco tempo, divorciaram-se, após ela conhecer o conde Stanislao Lepri, com quem viveu por um período. O casal foi muito amigo do escritor polônes Konstanty Jeleński (ou simplesmente Kot), partilhando a mesma casa por muitos anos. Fini nunca disse ser bi ou homossexual, mas teve relacionamento com homens e mulheres ao longo da vida. Como ela já afirmou: “O casamento nunca me pareceu ideal, eu nunca vivi com uma só pessoa. Desde os meus 18 anos, eu sempre preferi viver em um tipo de comunidade – Uma casa grande com meu atelier e gatos e amigos, com um homem que era mais como um amante e outro que era mais como um amigo. E isso sempre deu certo.“
Morreu em 18 de janeiro de 1996, em Paris. Desde o ano de sua morte, é possível encontrar retrospectivas de seu trabalho em Nova Iorque e Boston.
Como figurinista, destacou-se pelas diversas fantasias para balés, teatro e óperas, e paras os filmes Romeu e Julieta (1954) e Satyricon (1969). Também desenhou máscaras dadas à Comédie Française, para a Ópera de Paris, e ao Scala de Milão.
Como Ilustradora, desenhou para obras de autores como Baudelaire, Edgar Allan Poe e Shakespeare, sendo mais famosa sua ilustração gráfica para Histoire d'O.
Também escreveu 3 romances na década de 70 (Rogomelec, Moumour, Contes pour enfants velu e Oneiropompe)
Em sua pintura, retratou mulheres fortes e bonitas, em situações de poder. Os homens estavam sempre sob a proteção da mulher. Costuma-se dizer que ela é a única artista a pintar mulheres sem desculpas”Pintou também muitos gatos (vivia com muitos, geralmente persas) e esfinges.
Foi considerada uma parte da geração pré-guerra de Paris. Muitos a consideram uma importante parte da pintura surrealista, embora ela mesma não se considerasse parte de tal vanguarda.
Distanciou-se do surrealismo devido à influência de Andrè Breton, o que fez com que ela conservasse sua independência, tanto a nível plástico como técnico. Por isso, vemos pouco do automatismo psíquico em sua obra, característica importante do movimento. Ainda assim, por sua independência, vemos muito do “mundo dos sonhos” em sua obra. Diz-se que sua rica pintura apresenta “interpretações de um figurativismo daliniano que nos aproximam dos ricos mundos dos sonhos de Delvoix ou de Chirico.”
Veja abaixo algumas de suas obras:
A Guardiã das Fontes - 1967
Rasch, Rasch, Rasch . . . Mein puppen warten - 1975
Les Deux Soeurs Jeleaux - 1976